GRUPO CORPO EM UBERLÂNDIA. PARTE 1
Carlos Franco
Foto: José Luiz Pederneiras/Divulgação
A primavera do Grupo Corpo tem sabor de sorvete, nostalgia de um tempo feliz de salões de baile e brincadeira de criança. Folguedos. E isso não ocorre apenas pela música que embala o espetáculo, o primeiro do grupo mineiro na pós-pandemia, e que foi criada pelo músico Paulo Tatit, da dupla Palavra Cantada, dona de importânte repertório infanto-juvenil. O coreógrafo Rodrigo Pederneiras, que há quase 50 anos (48 para ser preciso) tem encantado o mundo da dança, aproveitou o momento para revesti-lo de suave e nostálgica alegria, do tempo passado antes do confinamento e das mortes por Covid-19 que enlutaram o Brasil, inclusive o mundo da dança.
É com a renovação e a fertilidade das cores da primavera, ainda que suavizadas nos figurinos assinados por Freusa Zechmeister, que o Corpo saúda com o corpo de seus bailarinos essa fertilidade da vida em tons ainda que pastéis, mas de passos firmes. Folguedos que ganharam vida no palco do Teatro Municipal de Uberlândia neste último fim de semana e com preços populares.
O encanto da dança foi replicado em telão em tempo real, reforçando a cenografia de Paulo Pederneiras para um espetáculo sensível, limpo, com músicas que são somatório de diversas influências, do jazz aos ritmos africanos dos tambores e ataques até a brasilidade das canções de roda, as quais estão sempre presentes no repertório infantil da Palavra Cantada. Só que na primavera do Corpo, a palavra cedeu lugar ao instrumental e este à dança. Um espetáculo bonito de se ver esta parte 1.