Demência: diagnóstico precoce é essencial para preservar autonomia do idoso

A detecção precoce das demências tem se mostrado crucial para a qualidade de vida dos pacientes e para o planejamento de intervenções que retardam a progressão dos sintomas. Na Linha de Cuidado do Idoso oferecida pelo Hospital Mater Dei Santa Genoveva, o geriatra Dr. Marcos Alvinair destaca que “quanto antes identificarmos alterações cognitivas, maiores as chances de implementar estratégias capazes de preservar funções e autonomia por mais tempo”.
Importância do reconhecimento dos primeiros sinais
Segundo o Dr. Marcos Alvinair, os indícios iniciais de demência podem ser sutis e facilmente atribuídos ao “esquecimento normal” do envelhecimento. “Mudanças na capacidade de organização, dificuldade em lembrar compromissos, ou mesmo alterações de humor que se tornam frequentes, devem acender o alerta para familiares e cuidadores”, enfatiza o geriatra.
O papel do cuidador familiar
O cuidador é peça-chave no suporte diário ao paciente. Dr. Alvinair reforça: “o cuidador deve agir com acolhimento e carinho, mas também com firmeza. Não adianta se calar diante dos lapsos de memória, nem reagir com impaciência ou irritação. É preciso, com paciência, corrigir os erros, mostrar e enfatizar as rotinas normais, para que o idoso mantenha suas habilidades de autogestão e suas atividades de vida diária pelo maior tempo possível”.
Ferramentas de avaliação e diagnóstico
Na Linha de Cuidado do Idoso do Mater Dei Santa Genoveva, a equipe utiliza escalas padronizadas e testes neuropsicológicos detalhados, aliados a exames de imagem — como tomografia e ressonância magnética — para descartar outras causas de déficit cognitivo. “O processo diagnóstico inclui também investigação laboratorial para identificar condições potencialmente reversíveis, como deficiências nutricionais ou alterações hormonais”, explica Dr. Alvinair.
Estímulos cognitivos e rotina estruturada
Entre as recomendações práticas para famílias e cuidadores, o Dr. Marcos Alvinair orienta: “estimule o idoso com calor humano e tarefas simples: revisitar fotos de família, ler jornais e revistas, assistir a filmes e depois conversar sobre o conteúdo – sempre reforçando o aprendizado. Para quem tinha aptidões manuais ou intelectuais, mantenha pequenas rotinas de leitura, escrita ou trabalhos domésticos leves, supervisione o preparo de uma refeição simples ou a escolha da própria roupa. Esse tipo de atividade fortalece a reserva cognitiva e preserva a autonomia”.
Perspectivas futuras
Com o avanço das pesquisas, novas técnicas de imagem molecular e biomarcadores em líquido cefalorraquidiano e exames de sangue prometem ainda maior precisão diagnóstica. “É fundamental que, nos casos em que as capacidades originais do idoso estiverem se perdendo, o médico seja prontamente acionado para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento adequado, visando preservar a memória por mais tempo”, conclui o Dr. Marcos Alvinair.