Automedicação em idosos: um risco silencioso que exige atenção e acompanhamento especializado

Hospital Mater Dei Santa Genoveva reforça importância da Linha de Cuidado do Idoso e da orientação médica contínua
O hábito de se automedicar é uma prática comum entre os brasileiros, mas que assume proporções ainda mais graves na terceira idade. Analgésicos, anti-inflamatórios, suplementos e até chás caseiros — muitas vezes considerados inofensivos — podem desencadear efeitos adversos severos, quando utilizados sem prescrição médica. No Hospital Mater Dei Santa Genoveva, em Uberlândia, a equipe multiprofissional que atua na Linha de Cuidado do Idoso tem reforçado a importância do acompanhamento individualizado e da orientação correta no uso de medicamentos.
De acordo com o geriatra Dr. Tiago Ferolla, o papel do médico de referência é essencial nesse processo. “O idoso precisa ter um profissional que o conheça profundamente — seu histórico clínico, familiar e medicamentoso. A automedicação ignora essas particularidades e pode trazer riscos graves à saúde. Cada paciente é único, e o que é seguro para um pode ser perigoso para outro”, explica.
Entre os principais perigos da automedicação, o médico destaca os danos renais e hepáticos, além de complicações gástricas causadas pelo uso prolongado de anti-inflamatórios e analgésicos. “Muitos idosos se automedicam por tempo indeterminado, sem saber que essas substâncias podem provocar insuficiência renal ou úlceras. Às vezes, só procuram o médico quando os efeitos já são irreversíveis”, alerta.
A farmacêutica Josiane Cardoso reforça que tonturas, náuseas e dores abdominais são alguns dos primeiros sinais de alerta de reações adversas. “O idoso tenta aliviar um sintoma e acaba desencadeando outros. É um ciclo perigoso: ele toma um medicamento para dor, que causa desconforto estomacal, e em seguida outro para o estômago, o que pode gerar novos efeitos colaterais. Além disso, o uso simultâneo de vários medicamentos que acomete ao grupo de idosos polifarmácias aumentam o risco de interações medicamentosas graves”, explica.
Outro ponto de preocupação é o uso de suplementos e fitoterápicos sem acompanhamento médico. “Muitos acreditam que produtos naturais ou vitaminas não fazem mal, mas isso não é verdade. Substâncias como ginkgo biloba, ginseng e erva-de-são-joão podem interferir na ação de medicamentos de uso contínuo e agravar doenças pré-existentes”, complementa Josiane.
Linha de Cuidado do Idoso no Mater Dei Santa Genoveva
Ciente da vulnerabilidade dessa população, o Hospital Mater Dei Santa Genoveva mantém uma Linha de Cuidado do Idoso, que garante acolhimento integral e orientações seguras durante e após a internação. “No momento da alta, nossa equipe realiza uma comunicação clara com o paciente e a família, explicando sobre cada medicamento prescrito, possíveis efeitos colaterais e horários corretos de uso. Também reforçamos a importância de checar a validade e manter as receitas sempre atualizadas”, destaca Dr. Ferolla.
Além da atuação médica e farmacêutica, o hospital reconhece o papel essencial da família nesse processo. “A família pode ajudar na organização das medicações, no acompanhamento às consultas e na observação de sintomas. Cuidar de quem cuidou de nós é uma forma de preservar a autonomia e a qualidade de vida do idoso”, conclui o geriatra.
O Hospital Mater Dei Santa Genoveva reafirma, assim, seu compromisso com a segurança medicamentosa, o cuidado humanizado e a promoção de um envelhecimento saudável, pautado em informação, atenção e vínculo entre pacientes, familiares e profissionais de saúde.